lúpus

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quarta-feira, 31 de outubro de 2012

REMÉDIOS QUE PODEM FAZER MAL AOS RINS:



Saiba quais são os remédios que podem lesionar os rins e são contraindicados para quem tem doença renal

Os rins são os principais responsáveis pela filtração e eliminação de substâncias tóxicas do sangue. Porém, mesmo o rim pode sofrer efeitos adversos de algumas destas substâncias. Vários medicamentos usados frequentemente na prática médica podem causar lesão nos rins se forem usados de modo inapropriado. Damos o nome de drogas nefrotóxicas todas aquelas que apresentam potencial risco de causar lesão nos rins.

Além da lesão direta de certas substâncias nos rins, existe também um grupo de drogas que são seguras em pessoas sadias, mas se tornam perigosas em pacientes que já apresentam doença prévia nos rins, fazendo com que haja piora da doença renal.

Várias destas drogas são extremamente comuns e muitas vezes vendidas sem prescrição médica. Vou falar um pouquinho das principais drogas nefrotóxicas.

ATENÇÃO: esse texto não tem como objetivo assustar ninguém, nem fazer propaganda contra medicamentos. O objetivo é mostrar como a auto-medicação pode ser perigosa e trazer prejuízos que as pessoas nem imaginam que possam acontecer.

Remédios
1.) ANTI-INFLAMATÓRIOS (leia também: ANTI-INFLAMATÓRIOS | AÇÃO E EFEITOS COLATERAIS)

O grande vilão dos rins são os anti-inflamatórios não esteróides (AINES). O principal efeito é a redução da filtração renal, ou seja, da capacidade dos rins em filtrar o sangue. Pessoas sadias toleram essa alteração sem maiores complicações. O problema ocorre naqueles que tem insuficiência renal (principalmente em fases avançadas), e portanto, já apresentam a filtração renal diminuída de base. Esse grupo apresenta grande risco de falência renal aguda e, muitas vezes, necessitam de hemodiálise de urgência. O risco cresce a partir do 3º dia de uso. O anti-inflamatório é, portanto, uma droga contra-indicada em pacientes com insuficiência renal.

Outra lesão relacionada aos anti-inflamatórios é a nefrite intersticial, uma espécie de reação alérgica localizada no rim. A nefrite intersticial pode ser causada por várias drogas além dos anti-inflamatórios e se apresenta principalmente como uma insuficiência renal aguda, com rápida elevação da creatinina (
VOCÊ SABE O QUE É CREATININA ?). No caso da nefrite intersticial dos anti-inflamatórios ela apresenta uma característica especial que é a presença concomitante de proteinúria e síndrome nefrótica (leia: PROTEINÚRIA, URINA ESPUMOSA E SÍNDROME NEFRÓTICA).

É bom deixar claro que a nefrite intersticial não é uma reação comum, principalmente se levarmos em conta a quantidade de pessoas que tomam anti-inflamatórios no mundo.

Um terceiro tipo de lesão, mais incomum ainda, é o induzido por uso crônico de anti-inflamatórios, mesmo em pessoas normais. Parece que para pessoas com rins normais desenvolverem lesão renal pelo uso prolongado de AINES , são necessários no mínimo 5000 comprimidos ao longo da vida. Isso equivale a 7 anos de anti-inflamatórios diários em um regime de 12/12 horas.

O AAS (aspirina) também é um anti-inflamatório e deve ser usado com cautela em pacientes com doenças renais. Para mais detalhes, leia:
ASPIRINA | AAS | Indicações e efeitos colaterais

2.) ANTIBIÓTICOS

Os antibióticos também são causa de nefrite intersticial. Diferentemente da nefrite pelos anti-inflamatórios, no caso dos antibióticos a proteinúria é pequena, mas outros sintomas como febre e manchas vermelhas pelo corpo associado a insuficiência renal aguda, ocorrem com maior frequência.

Vários antibióticos podem causar nefrite intersticial, principalmente as penicilinas, rifampicina, ciprofloxacino e trimetoprim/sulfametoxazol (Bactrim®)

Alguns antibióticos são nefrotóxicos por natureza e devem ser evitados em doente renais crônicos. São eles:

- Aminoglicosídeos: Gentamicina, Amicacina, Estreptomicina, Tobramicina e Neomicina
- Anfotericina B
- Pentamidina

Leia mais sobre antibióticos em:
ANTIBIÓTICOS | Tipos, resistência e indicações

3.) ANALGÉSICOS

A lesão renal renal pelo uso prolongado de analgésicos era muito comum até a década de 80, e caiu vertiginosamente após a retirada da Fenacetina do mercado. Hoje as lesões relacionadas aos analgésicos são causados pelo uso diário e prolongado do Paracetamol (acetaminofeno), principalmente se associado ao ácido acetilsalicílico (AAS). Também são lesões raras, mas que existem.

A Dipirona é muito pouco usada na Europa e nos EUA, por isso existem poucos estudos sobre seu toxicidade renal.

4.) CONTRASTE DE EXAME RADIOLÓGICO

Doentes com insuficiência renal devem evitar contrastes radiológicos sempre que possível. Se o exame for imprescindível, deve-se realizar uma preparação do paciente para minimizar os efeitos. Os principais exames que usam contrastes nefrotóxicos são:

- Tomografia computadorizada
- Cateterismo cardíaco
- Urografia excretora
- Angiografia
- Ressonância magnética (perigoso apenas em insuficiência renal avançada)

5.) OUTRAS DROGAS

- LÍTIO: usada principalmente no distúrbio bipolar ( antigo distúrbio maníaco-depressivo)
- ACICLOVIR: antiviral
- INDINAVIR: anti-retroviral usado na SIDA (AIDS)
- CICLOSPORINA: imunossupressor usado em transplantes e doenças auto-imunes
- TACROLIMUS: igual ciclosporina
- CICLOFOSFAMIDA: imunossupressor usado em doenças auto-imunes e algumas neoplasias

Existem cada vez mais relatos sobre casos de lesão renal induzidas pelas chamadas ervas chinesas tradicionais. Já são mais de 150 casos de pessoas que usavam essas ervas para emagrecer e desenvolveram insuficiência renal aguda com necessidade de hemodiálise.

Poucos são os procedimentos médicos isentos de riscos. A automedicação é perigosa e é importante conhecer os principais efeitos colaterais para poder detectá-los precocemente. Não é a toa que grande maioria dos médico passa por uma formação de pelo menos 10 anos.

Leia o texto original no site MD.Saúde:
REMÉDIOS QUE PODEM FAZER MAL AOS RINS http://www.mdsaude.com/2008/12/remdios-que-podem-fazer-mal-aos-rins.html#ixzz2Asl0kOn3

terça-feira, 30 de outubro de 2012

“O Lúpus respeita a minha maternidade”, diz Cristiane, portadora de Lúpus, mãe de Vitória, com seis meses

Última atualização: 09/05/2011
Atualizado em 09/05/11
Por Daya Lima - Portal Reumatoguia
“Ai meu Deus, não posso ficar grávida agora!” Foi este o primeiro pensamento de Cristiane de Araújo Cabral, que é doméstica e tem 33 anos, e já tinha um filho de 13 anos, Renato. Ela, que diagnosticou Lúpus há, apenas, três anos, tem uma filha, Vitória, de seis meses.
“Não queria ter ficado grávida. Apesar de ter Lúpus (LES), estava passando por um momento difícil na vida e uma gravidez não estava nos meus planos. Além disso, sei que não poderia engravidar sem planejamento, mas, aconteceu”, diz a mais nova mãe da família.
Entretanto, de acordo com os médicos, ela poderia seguir com a gravidez, normalmente. “Só precisei suspender um medicamento, apenas”.
Cristiane diz que tinha os sintomas de Lúpus desde quando era bem jovem. De vez em quando, de acordo com ela, apareciam algumas manchas pelo corpo, mas, todo mundo dizia que era por causa do calor. No inverno as feridas também estavam presentes, mas, segundo ela, “a família dizia que era por causa do inverno”.
Só há três anos, quando apareceram várias feridas pelo corpo, aftas na língua e dores nas juntas, foi que Cristiane procurou um médico e descobriu a doença. “Tomei um choque. Ninguém queria que eu entrasse na internet para saber mais sobre a doença. Todos diziam que eu iria me escandalizar e acabaram me poupando disso”. A doença ficou ativa por um ano. Depois, só controle.
Durante a recente gravidez, Cristiane foi colocada a prova, mas, em geral, teve uma gestação tranquila. “Quando estava com quatro meses de gestação, me separei do marido e, por conta disso, tive complicações emocionais e tenho certeza que isso deu uma avivada na doença. Foram nove meses de infecção urinária”, conta.
Mas, agora, com a linda Vitória nos braços, Cristiane diz se arrepender de não ter desejado a gravidez. “Dei este nome por conta das dificuldades que tive. Ela é minha vitória e não me vejo sem ela. A doença não atrapalhou nada e sou mãe como qualquer outra. Amamento até hoje e o Lúpus respeita essa minha fase, pois, não entrou em atividade e nós duas estamos saudáveis”, finaliza

EU E O LÚPUS

  • EU E O LÚPUS:
  • Acho que já nasci com ele, só que ñ sábia, já em crianças eu sofria com muito problemas de saúde, principalmente no calor, sempre desmaiava na escola, nunca gostei de ficar em lugares com muitas pessoas, crecir, casei e à coisas começaram à piorá, não conseguia subir escadas nem ladeiras, e nem correr, já não andava mas de bicicleta, e não podia ficar no sol, pois desmaiava, sentia um aperto no meu peito, que eu não sábia o que era, ia aos médicos, e eles falavam que era assim mesmo(fui à mts médicos), então há oito anos atráz, um médico pediu uma ultra sonografia, do coração, foi aí que comecei à entender, fui para a uti do hospital, pois estava com liquido no coração e no pulmão, fizeram muitos exames, e o fan deu positivo para lúpus, guando à psicóloga foi conversar comigo, eu não entendi nada, pois eu nem sábia o que era lúpus, fui para casa e comecei à me tratar na reumatológista, aí começou à piorá, tive que retirar o útero, e tb à visicúla, atacou meu estômago, depressão, e agora está atacando os rins, meus rins estão diminuíndo de tamanho, estou esperando os resultados dos exames, à médica falou que talvez tenha que entrar na fila dos transplantes, espero sinceramente em cristo jesus, que não seja necessário.
QUEDA DE CABELOS
Alopecia - Queda de CabeloToda a alteração que afete o couro cabeludo e os cabelos de uma pessoa, e altere a sua aparência física, pode ter um impacto importante sobre a sua auto-estima e a sua personalidade.
A perda de cabelos pode ter sérias conseqüências emocionais, tanto para homens como para mulheres.
Olhando para a história da humanidade, o homem sempre se preocupou com o cabelo. Além de oferecer a proteção ao crâneo contra traumatismos, e radiações solares, os cabelos representam um adorno sexual importante. A adoração aos cabelos atingiu os impérios, a religião, a mitologia, a cultura, as classes sociais e a ciência.
Em todos os tempos e culturas, a perda do cabelo afeta o intimo das pessoas, papiros egípcios com mais de quatro mil anos, já citava a anatomia do couro cabeludo e fórmulas para alopecia.
A perda de cabelos, ou alopecia, é conseqüência de alterações no folículo piloso. Se as alterações forem transitórias e não destrutivas da matriz capilar, ocorre um novo crescimento. Se as alterações provocam destruição da matriz capilar, resultam na formação de escaras (feridas), ou atrofia, produzindo alopecia permanente.
O assunto é muito complexo e extenso, havendo diversas causas para a queda de cabelos.
Vamos abordar a queda de cabelo partir do eflúvio telógeno (queda intensa de cabelos), uma das queixas mais comuns no consultório. Cada folículo passa através do ciclo do pêlo, 20 vezes durante a vida de um indivíduo.

As Fases do Cabelo (Ciclo Biológico)
A pele é o maior órgão do corpo humano, tendo contato com o mundo esterior e o interior do corpo humano. É composta de três camadas celulares. Epiderme Exterior, Derme Intermediária e a Hipoderme que é a camada mais interna.
Os cabelos se formam na derme. Todo o corpo tem pêlos com exceção da palma das mãos e das planta dos pés.
Existem aproximadamente cinco milhões de Folículos Pilossebácios (Estrutura que se formam os cabelos no ser humano) em cada indivíduo.
O ciclo biológico do cabelo é dividido em três fases. Crescimento (Anágena) Catágena (Repouso) e Telógena (Queda).
Cada fase tem um período de duração e um fio de cabelo cresce por um período médio de dois a oito anos, após o tempo máximo de crescimento, a matriz para de produzir cabelo, se desprende e desloca-se no sentido da superfície da pele.
No ser humano, cada cabelo esta em uma fase independente, se todos os cabelos estivessem na mesma fase, a cada final de um ciclo de crescimento haveria uma perda de cabelo total ficando o individuo calvo. Até a formação de um novo cabelo (Ciclo Biológico). Oitenta por cento dos cabelos está na fase de crescimento (Anágena), vinte por cento na fase Telógena (Queda), sendo poucos cabelos na fase Catágena (Repouso).
A queda diária normal de cabelos tem uma relação direta com o numero total de cabelos e a duração da fase Anágena.
A perda diária de cabelos é variável entre as pessoas, exemplo: Imaginando que uma pessoa tenha cem mil fios de cabelos e que seu Anágeno dure três anos, significa que a cada três anos a pessoa troca todos os seus cabelos, tendo uma queda média de cem fios por dia.

A composição quimica do cabelo:
Carbono - 45%
Hidrogênio - 7%
Oxigênio - 28%
nitrogênio - 15%
Enxofre - 5%
E outros elementos como Ferro, Cobre, Zinco, Iodo, vinte tipos diferentes de aminoácidos, proteinas, lipídios e água.
As fibras do cabelo são conectadas entre si através do aminoácido Cistina, que faz com que o cabelo não se dissolva na água.
O cabelo é dividido em duas partes, a parte interna, localizada na Derme, onde ocorre a formação, nutrição e crescimento do fio. Parte externa (visível) do fio localizado na Epiderme que se projeta para fora dando moldura ao rosto.

Fase Anágena (fase do crescimento):
Nesta fase, a duração da atividade dos folículos varia conforme a raça, de região para região, a estação climática e a idade. A fase anágena dura de 3 a 7 anos. No couro cabeludo dos humanos, 80% a 90% dos folículos estão nesta fase, que vem seguida por uma fase transicional, relativamente curta.

Fase Catágena:(Repouso)
Esta fase tem uma duração de duas semanas, e nela se encontram 1% dos folículos.

Fase Telógena: (Queda)
20dos folículos estão nesta fase. É considerado normal a perda de até 100 fios por dia. Acima disso, recomenda-se uma investigação.

Eflúvio Telógeno
O termo eflúvio telógeno significa a eliminação de cabelos em clava que se segue à precipitação prematura dos folículos anágenos em telógena. Um processo que ocorre como resposta dos cabelos a muitos tipos diferente de estresse como, por exemplo:
- Febre
- parto prolongado ou difícil.
- operações cirúrgicas.
- hemorragias (inclusive doação de sangue).
- redução severa súbita da ingestão alimentar (dieta violenta).
- estresse emocional, inclusive devido à viagens aéreas prolongadas.
- quando a pílula anticoncepcional é descontinuada após ter sido tomada por muito tempo.
- Medicamentos também provocam queda de cabelo.
- Alterações hormonais
- Doença venérea
- Doenças Metabólicas
- Doenças Infecciosas
- Doenças Inflamatórias
- Neoplasias (Câncer)
- Doenças hereditárias
- Lúpus Eritematoso Sistêmico

As alterações do cabelo podem ser as mais variadas como:
Mudanças:
- Na cor
- Na Estrutura
- Consistência
- Aspecto
- Queda
Até a destruição total do Foliculo Piloso
CaracterísticasAfeta todo o couro cabeludo, com queda de cabelo generalizada. Paciente nota a perda aumentada na escova ou pente, e durante a aplicação do xampú ou creme rinse. A perda varia de menos de 100 a mais de 1000 fios por dia Se o estresse não for repetido, o recrescimento completo, espontâneo, se dará, invariavelmente, dentro de poucos meses.
Freqüentemente, as mulheres se queixam que o comprimento do cabelo nunca volta a ser o mesmo que o presente antes da gravidez. Febres prolongadas ou altas podem destruir alguns folículos completamente, de modo que apenas uma recuperação parcial é possível.

Tratamento
Investigar a causa da queda através:
da história clínica sobre o uso de medicamentos e exames laboratoriais (ex. excesso de vitamina A). doenças como diabetes, câncer, infecções, anemia etc.
alterações hormonais - hipo e hipertireoidismo regimes alimentares.
atualmente, existe tratamento a laser para estimular o crescimento de cabelo.
Cada patologia tem uma série de características próprias que ajudam a investigação para chegar ao diagnóstico.
Uma vez diagnosticada a causa, faz-se o tratamento adequado.
Dr. Maria D. Camacho.
Reprodução
O lúpus exige tratamento cuidadoso por especialistas; pacientes tratadas adequadamente têm condições de levar uma vida normal

Diante das incertezas na vida, o ser humano tenta encontrar uma explicação para fatos à primeira vista inexplicáveis. E um deles é a existência de doenças autoimunes. Os cientistas ainda tateiam em busca de motivos pelos quais as próprias defesas do corpo passariam a encarar o organismo como um adversário em um campo de batalha. A herança genética tem sua parcela de responsabilidade nesse processo do sistema imunológico. Mas, apesar da predisposição, muitos passam a vida toda sem apresentar essa reação "estranha" dos guardiões do corpo, o que indica um maior sinal de que fatores ambientais atuariam como estopins importantes para a autoagressão.

Pesquisadores dos quatro cantos do globo querem decifrar quais seriam os gatilhos das doenças autoimunes. O lúpus encaixa-se neste perfil de pesquisa. "É uma doença rara, mais frequente nas mulheres do que nos homens, provocada por um desequilíbrio do sistema imunológico, exatamente aquele que deveria defender o organismo das agressões externas causadas por vírus, bactérias ou outros agentes. O anticorpo, que é um mecanismo de defesa, passa a ser um mecanismo de auto-agressão nessas pacientes. O que caracteriza a doença auto-imune é a formação de anticorpos contra seus próprios constituintes", explica o reumatologista Sergio Bontempi Lanzotti, diretor do Instituto de Reumatologia e Doenças Osteoarticulares (Iredo).

No lúpus, a defesa imunológica se vira contra os tecidos do próprio organismo como pele, articulações, fígado, coração, pulmão, rins e cérebro. Essas múltiplas formas de manifestação clínica, às vezes, confundem e adiam o diagnóstico apropriado. "O lúpus exige tratamento cuidadoso por médicos especialistas. Pacientes tratadas adequadamente têm condições de levar uma vida normal. As que não se tratam, acabam tendo complicações sérias, às vezes, incompatíveis com a vida", alerta o reumatologista.

Entenda melhor o que acontece...

"O lúpus dificilmente aparece em meninas que ainda não menstruaram. Em geral, o acometimento coincide com a época da menstruação e atinge mulheres na faixa entre 15 e 30 anos. Se não há lesão renal e cerebral no primeiro surto, trata-se do lúpus benigno caracterizado por lesões de pele, asa de borboleta, dor nas juntas, sintomas controláveis com medicação. É também provável que esta paciente não apresente os problemas ligados com o passar da idade e venha a falecer de outra causa, que não o lúpus", diz Sérgio Lanzotti. Se no primeiro surto, porém, a paciente manifestar lesão renal ou cerebral ou, as duas ao mesmo tempo, é sinal de mau prognóstico da doença.

Havia grande confusão diagnóstica em relação ao lúpus até a Sociedade Americana de Reumatologia enunciar os critérios de diagnóstico da doença, em 1971. A mulher que preencher quatro deles seguramente tem lúpus. Os dois primeiros referem-se à mucosa bucal. Dentre outras lesões orais importantes, aparecem úlceras na boca que, na fase inicial, exigem diagnóstico diferencial com pênfigo, uma doença freqüente em países tropicais. Pode ocorrer também mucosite, uma lesão inflamatória causada por fatores como a estomatite aftosa de repetição, por exemplo.

"O terceiro critério diagnóstico envolve a chamada buttefly rash, ou asa de borboleta, que muitos consideram o critério mais importante, mas não é. Trata-se de uma lesão que surge nas regiões laterais do nariz e prolonga-se horizontalmente pela região malar no formato da asa de uma borboleta. De cor avermelhada, é um eritema que geralmente apresenta um aspecto clínico descamativo, isto é, se a lesão for raspada, descama profusamente", explica o diretor do Iredo.

O quarto critério é a fotossensibilidade. Por isso, o médico deve sempre investigar se a paciente já apresentou problemas quando se expôs à luz do sol e provavelmente ficará sabendo que mínimas exposições provocaram queimaduras muito intensas na pele, especialmente na pele do rosto, do dorso e de outras partes do corpo mais expostas ao sol nas praias e piscinas. "Pacientes que já tem lúpus diagnosticado devem proteger-se da radiação solar e usar fotoprotetor, sempre, porque não é só na praia e na piscina que o sol é intenso. A radiação solar, em especial os raios ultravioleta prevalentes das dez às quinze horas, é a substância exterior que agride as pessoas que nasceram geneticamente predispostas. Em estudos conduzidos sobre a doença foi possível detectar inúmeros casos de pacientes que tiveram o primeiro surto logo após ter ido à praia e se exposto horas seguidas à radiação solar. Em geral, eram pacientes do sexo feminino, já que a incidência de lúpus atinge nove mulheres para cada homem", diz Lanzotti.

O quinto critério diagnóstico é a dor articular, ou seja, dor nas juntas, geralmente de caráter não inflamatório. É uma dor articular assimétrica e itinerante que se manifesta preferentemente nos membros superiores e inferiores de um só lado do corpo e migra de uma articulação para outra. Geralmente, é uma dor sem calor nem rubor, sem inchaço, nem vermelhidão, os três sinais da inflamação. Há casos, porém, em que os três sintomas se fazem presentes.

"A dor é frequente nas articulações dos membros superiores. Acomete punho, cotovelo, ombro e dedos das mãos, como se fosse um quadro de artrite reumatóide. Portanto, a artralgia, às vezes, a artrite, e, excepcionalmente, a inflamação estão presentes no primeiro surto de 90% das pacientes. Por isso, elas procuram os reumatologistas. Se a paciente não apresenta dor articular, o diagnóstico clínico pode ficar em suspenso, pois não há rigidez matutina como na artrite reumatóide. É uma dor migratória não muito intensa. Isso, muitas vezes, retarda o diagnóstico, porque a paciente entra em remissão e não procura o tratamento médico apropriado", relata Sérgio Lanzotti.

O sexto critério, e um dos mais importantes, é a lesão renal. Paciente com lesão renal acompanhada de hipertensão no primeiro surto tem prognóstico mais reservado. "A hipertensão arterial aponta que surgiu um processo inflamatório nas membranas das estruturas envolvidas no sistema de filtração do sangue que atravessa os rins e a paciente é acometida por glomerulonefrite", conta o reumatologista Sergio Bontempi Lanzotti, diretor do Instituto de Reumatologia e Doenças Osteoarticulares (Iredo).

No campo das doenças do sangue, o lúpus estabelece as chamadas penias. Em 20% dos casos, a anemia hemolítica coincide com a ruptura dos vasos sanguíneos e a fragilidade dos glóbulos vermelhos, levando à anemia hemolítica auto-imune, uma manifestação da síndrome pré-lúpica. A paciente pode ir ao consultório do hematologista com esse problema e logo em seguida, ou, em alguns anos depois, manifestar o quadro clínico completo do lúpus eritematoso.

Outra manifestação de penia mais incidente é a leucopenia, ou seja, a diminuição de glóbulos brancos, dos leucócitos. "Em 40% dos casos, a leucopenia é traduzida pela produção de anticorpos principalmente dirigidos contra os neutrófilos, um tipo específico de glóbulos brancos, que hoje fazem parte do diagnóstico laboratorial do lúpus. Outra possibilidade é a ocorrência da plaquetopenia, ou púrpura trombocitopênica idiopática, uma lesão provocada por anticorpos contra as plaquetas que não tem etiologia definida e que pode preceder, em alguns anos, a instalação do lúpus", afirma Sérgio Lanzotti.

A incidência de pericardites e de pleurites também podem ocorrer em pacientes com lúpus. Em 70% dos casos, a pericardite é subclínica e diagnosticada apenas nas autópsias. "Outro critério para confirmação do diagnóstico da doença é o imunológico. Essas pacientes apresentam uma reação falsamente positiva para sífilis e manifestam a síndrome anticoagulante lúpica, que se caracteriza por trombose, embolias e abortos de repetição", enumera Sérgio Lanzotti.

Lúpus e maternidade

Há um conceito muito difundido de que pacientes lúpicas não devem, não podem e não engravidam. Isso provém de um problema imunológico. "Algumas dessas mulheres produzem anticorpos contra um constituinte especial chamado fosfolípedes, ou seja, substâncias com o radical fósforo do tipo gorduroso, situadas na circulação. Pacientes com esses anticorpos têm abortos recorrentes, outro sinal de pré-lúpus", esclarece o reumatologista.

Além de abortos de repetição, as pacientes com lúpus têm coágulos em várias partes do corpo. Formam trombos no cérebro e formam êmbolos. "Uma paciente lúpica que não tenha esse componente talvez possa ter uma gravidez normal. No entanto, aquelas que apresentam lesão renal estão mais sujeitas a abortos recorrentes ou a dar origem a um feto com pouca chance de sobrevivência. Outras pacientes com lúpus podem não apresentar dificuldades para engravidar, mas a gravidez pode ser difícil, exigindo acompanhamento pré-natal feito por uma equipe multidisciplinar", avisa Sérgio Lanzotti.

Diante de uma paciente jovem com lúpus que deseja engravidar, o melhor é oferecer informação sobre os riscos desta atitude. "Em 80% dos casos, pode haver uma piora da doença, ao contrário do que ocorre com a artrite, que melhora durante a gravidez", explica o diretor do Iredo.

Opções terapêuticas

No passado, todos os casos de lúpus eram tratados com cortisona e seus derivados. Hoje, contamos com recursos melhores, inclusive em relação à própria cortisona. "Os corticóides modernos não são dotados de efeitos colaterais como aumento de pressão e grande retenção de sal e água. Podem ser injetados por via endovenosa. É o chamado pulso terapêutico que consiste em hospitalizar a paciente e infundir de uma só vez, numa única aplicação, a quantidade de corticóide apropriada a cada caso. Os pacientes suportam bem essa técnica terapêutica, a tendência à infecção é menor", conta o médico.

Segundo Sérgio Lanzotti, a grande mudança no tratamento do lúpus foi o advento do emprego de um imunossupressor usado nos primórdios dos transplantes renais, que, hoje, pode ser aplicada nas pacientes com lúpus sob a forma de pulso. Outras drogas usadas inicialmente nesse tipo de transplante foram aproveitadas pelos reumatologistas para controlar a formação dos complexos imunes. "Como alternativa terapêutica há, ainda, a plasmaferese, que pode ser aplicada quando a lesão renal está muito ativa. A paciente é internada para retirar a grande quantidade de plasma. Com isso, o hematologista elimina os complexos imunes circulantes em benefício da evolução benigna das lesões renais e cerebrais", explica o reumatologista.

Atualmente, as pesquisas e estudos para o tratamento do lúpus concentram-se no desenvolvimento de imunossupressores e imunomoduladores específicos para o combate e controle da doença.

Serviço:
http://www.iredo.com.br
contato@iredo.com.br
http://vivendosemdor.wordpress.com
http://twitter.com/sergiolanzotti
Na luta contra o lúpus há menos de um ano, quando descobriu a doença, a apresentadora Astrid Fontenelle, 51 anos, precisa tomar um coquetel de 45 comprimidos ao dia. A informação é do jornal "Folha de S. Paulo" deste domingo (23).
Leia mais:Apresentadora Astrid corta o cabelo em tratamento contra o lúpus
Na luta contra o lúpus, apresentadora Astrid afirma: "Tenho medo de morrer"

"Não tem cura. Vou conviver com a doença por muito tempo. Não quero novela das oito aqui. Nem ninguém olhando pra mim com cara de tristeza. Quando voltei pra casa depois de 12 dias internada, minha imunidade era tão baixa que o médico tocou o terror", contou ela mesma em uma entrevista à "Folha".
O lúpus é uma doença autoimune, que identifica infecções no corpo e as ataca, mesmo quando, na verdade, não há infecção. Por exemplo, Astrid nunca mais poderá se expor ao sol e queimar a pele. Tudo porque o vírus do lúpus classifica a queimadura solar como uma infeção - e a ataca. O mesmo acontece com a água para tomar banho: ela precisa ser filtrada.
Uma das fontes de inspiração é seu filho Gabriel, 4 anos, adotado aos 40 dias de vida. "Com ele na área, não deu tempo de sofrer. Olhou pra minha cara e caiu na gargalhada: 'A mamãe tá careca'. Ele só ria", disse Astrid.
Apesar de raspar o cabelo e adotar o visual com poucos fios ter sido tranquilo, a doença trouxe momentos não tão felizes para a vida da apresentadora. "Encarar o espelho foi tranquilo. Difícil foi ficar à beira de fazer hemodiálise", falou, complementando que quer usar uma prótese capilar como a da modelo Naomi Campbell.
Recentemente, em entrevista ao site "Ego", ela confessou que tem medo de morrer por causa do lúpus. "Tenho medo de morrer, porque ainda preciso de tempo com o meu filho. Sei que é meio egoísta pensar assim, é claro que ele sobreviveria, mas quero que ele seja um bom homem, com caráter e amoroso como ele é com a gente", falou.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

novembro, 2010

Lupús e Depressão




O lúpus eritematoso sistêmico (LES) pode apresentar manifestações neuropsiquiátricas como psicose, convulsão, distúrbio de humor e cefaléia. Estudos epidemiológicos têm mostrado que cerca de 20%dos pacientes com doenças clínicas diversas apresentam sintomas depressivos e que mais de 5% apresentam diagnóstico de depressão maior severa. Apenas um terço desses casos é diagnosticado pelos médicos e destes, apenas 10 a 30% recebem tratamento adequado Sabe se que a associação entre depressão e doença crônica piora o prognóstico clínico e interfere na recuperação do paciente. O diagnóstico preciso é fundamental para oferecer cuidado oportuno e apropriado que poderá melhorar a qualidade de vida do paciente e contribuir para uma resposta mais positiva ao tratamento médico.

O conhecimento epidemiológico dos transtornos de humor complementa o acompanhamento clínico, fornecendo também informações sobre fatores de risco e prognóstico, além de tendências históricas. As políticas de saúde dependem dessas informações para elaboração de planos de intervenção na assistência médica e nos serviços de saúde .Tem sido demonstrado que a prevalência da depressão em pacientes hospitalizados por diversas causas é de 24,5%, mas sabe-se que algumas doenças são mais indutoras de depressão que outras devido a sua cronicidade e imprevisibilidade, que podem causar problemas adaptativos importantes associados ao estresse emocional. Manifestações neuropsiquiátricas são comuns entre os pacientes com LES e em 37% dos casos são secundárias à própria doença, podendo ocorrer lesões neurológicas muitas vezes difusas e multi-focais. Em 63% dos casos essas manifestações precederam o diagnóstico ou ocorrem no primeiro ano da doença, havendo evidências da sua associação com atividade da doença. Outro fator de risco para a depressão é o gênero, e sendo o LES uma doença predominantemente feminina, pode-se assumir que esta variável deva ter algum papel na prevalência dessa complicação nos pacientes com LES

Outro fator de risco para a depressão é a idade do começo que se situa entre 20 a 40 anos. Uma hipótese levantada é que esta faixa etária corresponde a investimentos sociais, econômicos e afetivos, quando, geralmente, a pessoa é mais produtiva. Assim, o quadro depressivo poderia estar relacionado com grande frustração ante as limitações impostas pela doença. Em conclusão, considerando-se a alta prevalência da depressão em LES detectada no presente estudo, e o fato de que a morbi-mortalidade associada à depressão pode ser prevenida em torno de 70% através do tratamento correto, sugere-se que uma maior atenção deva ser dada à depressão entre pacientes com LES, buscando-se estratégias de acompanhamento psicológico para os pacientes como, por exemplo, grupos terapêuticos, além de estimular maiores estudos e pesquisas no campo da Psicologia e Psicossomáticos.


Extraído de: Prevalência e classificação da depressão em pacientes com lúpus eritematoso sistêmico atendidos em um serviço de referência da cidade de Salvador. Autores: Sílvia Fernanda Cal Ana Patrícia Borges Mittermayer B. Santiago diaponível em http://www.santacasaba.org.br/reumatologia/pdf/jornalN5.pdf#page=12